domingo, 30 de maio de 2010

"Falar é sujeitar-se"

Olá!

Não, eu não abandonei meu blog...mas é que as coisas andam muito corridas, trabalhos e mais trabalhos, provas e mais provas...Enfim.
Fiquei muito feliz em saber que o blog está tendo maior repercussão do que eu imaginava, várias pessoas já vieram falar comigo sobre o tal, com comentários que me deixaram muito feliz!
Então esse post é para essas pessoas, para os novos visitantes e para quem mais vier! :)

Bom, hoje queria abordar um assunto extremamete amplo, que é a linguagem.A maioria das coisas que escreverei aqui foram passadas na aula de teoria 1, que anda dando muito pano pra manga, digo, assunto para post.Essa aula, em especial, me deixou fascinada!Espero que esse pedacinho de conhecimento tenha o mesmo efeito sobre vocês...

A linguagem sempre foi um assunto negligenciado pela história, isso aconteceu porque ela é um aspecto cultural quase visceral dentro das mais diversas culturas; porém com o que podemos chamar de, movimento da "nova história social", ocorre o resgate da importância e do interesse pelos aspectos da vida cotidiana.Dentro dessa nova tendência de pesquisa descobre-se que assim como a linguagem, todos os conceitos e mundos simbólicos são lugar de poder, campo de exercício de hegemonias, processo de continuidade de padrões que DEFINEM,COAGEM,PERMITEM.

O código verbal não é o único sistema de comunicação que existe, estamos inseridos também em outros, como: a moda, a arte, as cores,a fala, as imagens, o som, a gestualidade e a própria linguagem da internet.Podemos receber esses estímulos de comunicação através dos mais diversos canais, como: a visão, o tato, a audição, o olfato, o gosto...

Quando entramos no campo das relações de poder, percebemos, aos poucos, que somos muito inocentes.O poder não é algo que possa segregar tudo e todos em dois grupos : de um lado o grupo dos que têm poder, do outro aqueles que não têm; pelo contrário, as relações de poder são intrínsecas a todos os finos mecanismos do intercâmbio social: as classes, os grupos, as opiniões, os espetáculos, os esportes, as relações familiares, entre outros...
O poder, de fato, nunca perece, é só pensar em expulsá-lo de um lugar que logo, logo ele aparecerá em outro.Isso acontece porque ele está inserido de forma fixa na linguagem.Toda linguagem é classificação e toda classificação é opressiva, pois esteriotipiza, promove o afastamento entre os signos e suas verdade profundas; assim sendo, toda linguagem é fascista!E não progressista e reacionária como se achava.
Quando alguém fala podemos identificar duas vias paradoxais: a do gregarismo da repetição, pois dizer é apenas dispor palavras cujo processo de criação não nos coube, é reconhecer que a autoridade cultural está fora de nós e sujeitar-se a estruturas gramaticais anteriores;e a via da autoridade de asserção, pois tudo que dizemos é afirmação, seja de idéias, opiniões, ideologias...Não é a toa que temos estruturas gramaticais especiais para quando queremos negar ou questionar algo(NÃO/?).
Dessa forma servidão e poder confundem-se no uso da língua.Nessa contexto surge uma pergunta: DE QUE FORMA PODERIA EXISTIR LIBERDADE? E logo podemos concluir que a resposta é: a liberdade plena só pode existir fora da linguagem e para isso temos que trapaceá-la.De forma palpável, concreta, essa liberdade materializa-se no fazer literário, na criação de um tecido textual.É no interior da língua que a serventia que ela própria nos impõe deve ser combatida, desviada; isso pode ser feito através do jogo de palavras, das figuras de linguagem, das entrelinhas...

Podemos concluir assim que a linguagem é extremamente complexa , porém, é com ela que devemos tentar dizer aquilo que é indizível.


Livro do Roland Barthes que aborda o assunto do fazer literario como forma de libertação.

Enjoy :)
Até a próxima!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

"Twelve angry man"

Olá, bom dia!

Segunda-feira é sempre um ótimo dia para atualizar o blog, uma vez que eu não tenho aula.Bom, o assunto desses dias serão os filmes que eu vi essa semana, uma conjunto incrível de obras!Mas abordarei um de cada vez, pra não deixar que as proposições se tornem vagas...

Comecemos por "12 Homens e uma sentença", cujo título original é "12 Angry man"; o filme é de 1957, teve 4 indicações ao Oscar incluindo o de Melhor filme e conta com a brilhante atuação de atores como Henry Fonda (que também produz o filme, junto com Geogre Justin e Reginaldo Jose), Lee J. Cobb, Ed Marshall, Jackwarden, Martin Balsam, John Fielder, Jack Klugman, Edward Binns, Joseph Sweeney, George Voskovec e Robert Webber.Todos eles dirigidos por Sidney Lumet.A história do filme se passa em um tribunal, mais precisamente na sala do juri; tudo gira em torno do caso no qual um menino de 18 anos é acusado de matar seu pai.Os 12 jurados devem discutir o caso e chegar a um veredicto, de modo a decretar o réu como culpado ou inocente.Inicialmente 11 dos 12 jurados acha que o menino é culpado pelo crime, de fato, as provas ,inicialmente,são muito contundentes, porém, essa decisão leva menos de 10 minutos.O personagem de Henry Fonda não apresenta um motivo concreto para discordar do resto do grupo, porém acha que o destino de um homem que uma vez condenado irá pagar também com sua vida (homicídio, com pena de morte), merecia mais atenção, mais discussão.E dessa forma o filme se desenrola...Através da análise mais precisa e conjunta das provas eles vão descobrindo lacunas na reconstituição do crime; além disso vão desconstruindo preconceitos individuais e a falta de imparcialidade dos jurados.É pré-requesito pra esse tipo de decisão que o veredicto seja unânime, que não haja uma só dúvida razoável; se houver, a decisão deve ser orientada para a inocência.Aos poucos o placar de 11x1 vai virando e acaba 1X11 e depois 12x0 a favor da absolvição do réu.De maneira geral discutem-se assuntos que transcendem a proposta do filme, porque são colocados em jogo preconceitos (uma vez que o réu era de baixa renda), relações familiares(filhos que se foram, maus tratos) e acima de tudo o valor inestimável da vida humana.Espetacular, vejam!



Preparem pipocas e bom sofá para vocês! :)

terça-feira, 11 de maio de 2010

"Uma boa história, bem contada."

Olá!Depois de um grande período ausente por causa das provas, vou tentar retomar o ritmo das postagens...Quanto as provas, acho que tudo ocorreu bem :)

Hoje, falarei sobre um documentário chamado "Jornalismo Sitiado" que aluguei no fim de semana.Fantástico até o ponto que assisti, estou vendo-o em parcelas, toda vez que tenho uma brecha de tempo!O material é de Eugênio Bucci e Sidnei Basile, profissionais geniais ao meu ver!

O DVD se dá em formato de palestra, com os jornalistas num auditório.Eles discutem as questões mais diversas e fundamentais para a profissão; além de colocarem em pauta também as novas tendências que vem surgindo no âmbito jornalístico.

O primeira a falar é Eugênio Bucci, ele chama a atenção para o momento do jornalismo no qual estamos vivendo, ele o chama de "3°", um momento em que a mídia perde o foco da noticiação, do compromisso com a democracia, da argumentação coletiva,do dever com o cidadão,com a essência da verificação e com o atendimento do direito a informação; para tender para o midiatismo, uma atividade com fins meramente informativos, de entretenimento, opinativo, cheio de achismos.Isso acontece porque a profissão tem sofrido grandes mudanças, quase que "distorções".Antes o jornalista era o "gate keeper" dos fatos, selecionava aquilo que achava ser últil para o público e o publicava.Hoje em dia é diferente, com o advento da internet e das redes de canal aberto, tudo é notícia, em tempo real.É como se a porteira pela qual as notícias passam ao serem selecionadas para publicação tivesse caído...Hoje, se você não decide publicar, outros jornais/revistas/sites/pessoas o farão, pois cada um tem em mãos instrumentos para imediatizar a circulação das informações.Pois bem, dessa forma vemos que o papel do jornalista hoje é outro, ele deve agora ajudar o leitor a tirar dessa massa noticiosa com a qual ele é bombardeado todos os dias, informações que lhe sejam de interesse, lhe sejam úteis no dia-a-dia.

Dialogando diretamente com o título do documentário, Eugênio elenca os quatro principais fatores que, de fato, sitiam (cercam) o jornalismo, são eles:

1)Intolerância a divergência.
2)Tirania da imagem.
3)Espetáculo.
4)Conglemerados:entretenimentos, telecomunicações e també jornalismo.

Depois disso ele retoma, lá no século XIX as origens das atitudes/pensamentos jornalísticos: um momento de mudança da maneira como os valores se organizavam, a Revolução Francesa.Nesse momento da história temos a mudança do poder, que saí das mãos daqueles que tem o "direito divino" para o poder em forma de "árvore", que finca raízes no povo; com o lema : "Todo poder emana do povo e em seu nome é exercido".Mas antes disso podemos citar também as "Actas Diurnas" na Grécia e os "Publicans" na Inglaterra, com seus livros de registros nos pubs para que os viajantes escrevessem.

Bom, estou num momento meio conflituoso, acho que o "bichinho do jornalismo" me picou, hahaha...veremos, tenho até o 3° período pra me decidir.





Capa do DVD!


Boa noite a todos, espero que gostem do post...Amanhã eu e meu grupo de Cinema gravaremos o curta da matéria de Introdução, acho que vai ser divertido, depois conto dessa aventura...Beijos!Enjoy :)