Não, eu não abandonei meu blog...mas é que as coisas andam muito corridas, trabalhos e mais trabalhos, provas e mais provas...Enfim.
Fiquei muito feliz em saber que o blog está tendo maior repercussão do que eu imaginava, várias pessoas já vieram falar comigo sobre o tal, com comentários que me deixaram muito feliz!
Então esse post é para essas pessoas, para os novos visitantes e para quem mais vier! :)
Bom, hoje queria abordar um assunto extremamete amplo, que é a linguagem.A maioria das coisas que escreverei aqui foram passadas na aula de teoria 1, que anda dando muito pano pra manga, digo, assunto para post.Essa aula, em especial, me deixou fascinada!Espero que esse pedacinho de conhecimento tenha o mesmo efeito sobre vocês...
A linguagem sempre foi um assunto negligenciado pela história, isso aconteceu porque ela é um aspecto cultural quase visceral dentro das mais diversas culturas; porém com o que podemos chamar de, movimento da "nova história social", ocorre o resgate da importância e do interesse pelos aspectos da vida cotidiana.Dentro dessa nova tendência de pesquisa descobre-se que assim como a linguagem, todos os conceitos e mundos simbólicos são lugar de poder, campo de exercício de hegemonias, processo de continuidade de padrões que DEFINEM,COAGEM,PERMITEM.
O código verbal não é o único sistema de comunicação que existe, estamos inseridos também em outros, como: a moda, a arte, as cores,a fala, as imagens, o som, a gestualidade e a própria linguagem da internet.Podemos receber esses estímulos de comunicação através dos mais diversos canais, como: a visão, o tato, a audição, o olfato, o gosto...
Quando entramos no campo das relações de poder, percebemos, aos poucos, que somos muito inocentes.O poder não é algo que possa segregar tudo e todos em dois grupos : de um lado o grupo dos que têm poder, do outro aqueles que não têm; pelo contrário, as relações de poder são intrínsecas a todos os finos mecanismos do intercâmbio social: as classes, os grupos, as opiniões, os espetáculos, os esportes, as relações familiares, entre outros...
O poder, de fato, nunca perece, é só pensar em expulsá-lo de um lugar que logo, logo ele aparecerá em outro.Isso acontece porque ele está inserido de forma fixa na linguagem.Toda linguagem é classificação e toda classificação é opressiva, pois esteriotipiza, promove o afastamento entre os signos e suas verdade profundas; assim sendo, toda linguagem é fascista!E não progressista e reacionária como se achava.
Quando alguém fala podemos identificar duas vias paradoxais: a do gregarismo da repetição, pois dizer é apenas dispor palavras cujo processo de criação não nos coube, é reconhecer que a autoridade cultural está fora de nós e sujeitar-se a estruturas gramaticais anteriores;e a via da autoridade de asserção, pois tudo que dizemos é afirmação, seja de idéias, opiniões, ideologias...Não é a toa que temos estruturas gramaticais especiais para quando queremos negar ou questionar algo(NÃO/?).
Dessa forma servidão e poder confundem-se no uso da língua.Nessa contexto surge uma pergunta: DE QUE FORMA PODERIA EXISTIR LIBERDADE? E logo podemos concluir que a resposta é: a liberdade plena só pode existir fora da linguagem e para isso temos que trapaceá-la.De forma palpável, concreta, essa liberdade materializa-se no fazer literário, na criação de um tecido textual.É no interior da língua que a serventia que ela própria nos impõe deve ser combatida, desviada; isso pode ser feito através do jogo de palavras, das figuras de linguagem, das entrelinhas...
Podemos concluir assim que a linguagem é extremamente complexa , porém, é com ela que devemos tentar dizer aquilo que é indizível.

Livro do Roland Barthes que aborda o assunto do fazer literario como forma de libertação.
Enjoy :)
Até a próxima!