quinta-feira, 22 de abril de 2010

que saudade!


P/ falar d saudade, não há imagem melhor do que essa!Moorro de saudades de vocês!


Boa tarde! uau, acho q é a primeira vez q posto a luz do sol! hahaha.Aproveitando o feriado pra estudar né, tem uma tonelada de trabalhos p/ entregar.

Bom, conforme havia dito, o assunto que pretendo abordar hoje é a saudade,usando como base os conceitos que tem sido trabalhados na aula de Teoria da Comunicação I.

A saudade é uma palavra que só existe em português...Já está aí um motivo para nós nos orgulharmos!A tradução p/ qualquer língua é carregada de outro sentido que não o que damos na nossa cultura, na nossa ideologia.
O conceito de saudade, para nós, está imerso numa categoria de palavra performativa, aquela que provoca ação; um "sentimento" que não está ligado a experiências individuais, fragmentadas de ausência...E sim a qualificação de eventos sociais, coisas, gostos, pessoas, lugares, relações.Através da saudade refletimos e sentimos a presença do amor,a ausência de alguém que queremos bem...
Um dado engraçado, porém verídico é que podemos sentir saudade daquilo que não vivemos, mas nunca sentiremos saudade de algo que para nós não foi, de alguma forma, singular.Um exemplo disso é quando uma criança sente saudade de uma bisavó com a qual não conviveu; ou sente saudades de uma casa, na qual nunca morou.Isso acontece porque tanto lhe foi falado sobre aquela pessoa, ou tanto ela desejou morar naquele lugar, que a imaginação fez com que aquele desejo se concretizasse em sua mente.
A saudade é um conceito duplo, tanto universal quanto singular.A universalidade está na maneira como percebemos a sua temporalidade; já a singularidade é conferida na palavra de doutrina exclusivamente portuguesa(sociedade repleta de histórias de despedidas, viagens).
Como categoria social, a saudade tem uma concepção específica de tempo, fala do tempo interno, o tempo de cada indivíduo.Os momentos inesquecíveis que vivenciamos são cristalizados...Não é por menos que quando temos saudade de algo, podemos até sentir como se aquilo se materializasse na nossa frente:quando sentimos um perfume característico, quando ouvimos uma música, etc.A saudade tem a capacidade de trazer p/ o presente o tempo passado, fazendo com que esses fragmentos do tempo dialoguem, de forma totalmente íntima, hermética.
A saudade vai contra a maré do sistema no qual vivemos, o sistema capitalista messiânico, no qual achamos que o futuro é sempre o melhor, o lugar da utopia.A saudade faz parte de um contexto antiburguês,pré-industrial,subjetivo, desconfia de todo positivismo no qual estamos imersos no nosso dia-a-dia.Não há pressa, não há rapidez, o que há é a elasticidade:quando estamos saudadosos é como se o tempo parasse, o que seria inimaginável na lógica burguesa, pois tempo=dinheiro.A saudade é a ponte entre as concepções de tempo nas sociedade tradiconal (tempo cíclico, no qual somos comandantes) e moderna (linear progressivo, no qual somos comandados).
Só sentimentos saudade de relações que tiveram um encantamento, uma qualidade superior,diferencial.Não diz respeito a atos revolucionários ou fatos cruciais, mas sim pequenas coisas cotidianas.Um exemplo: os biscoitos que a sua avó fazia vendem no supermercado, porém estes não parecem ter o mesmo gosto para você.Não é que os biscoitos sejam diferentes, mas o que é realmente determinante é o ato de fazer os biscoitos,da forma que a sua avó fazia.

Existem inúmeras "definições" e considerações que acho interessantes, a tratar:
"Amor e ausência são os pais da saudade" : D. Francisco Manuel de Melo.
"Palavra mais linda, pérola da linguagem humana" :Joaquim Nabuco
"Expressa recordação e boa vontade, amor e desejo por coisa ou pessoa, afeição por ausente" : Thomas Ewbank
"Desejo e dor fundidos num sentimento dão saudade": Teixeira Pascoaes.

Em inglês, por exemplo, seriam necessárias pelo menos quatro palavras para definir de forma mais ou menos fiel o conceito de saudade: rememberance/love/grief/longuing...Homesick é uma idéia totalmente diferente.
A saudade ,para concluir, nada mais é do que o nosso modo de ler a perda e experimentar a inexorabilidade da passagem do tempo; não é nem a melhor nem a pior maneira de o fazer, mas é a nossa maneira.

Nossa, nesse texto eu abusei da coordenação, mas é um aspecto que cabe ao assunto.É isso então, postando ao som de Chris Brown,"Crawl".Espero que gostem, beijos!

momento merchan:http://copa.oi.com.br/index.php/torcida

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